Não consegui voltar a escrever com freqüência como era feito no
início do blog, mesmo porque estou numa saga incansável para passar no CFO
(curso de formação de oficiais) e meio que não sobra tempo para o que eu queria
fazer direto que é atualizar o blog.
Pois então. Como poucos sabem, eu sou quase (não me formei ainda)
uma professora de educação física e dei aula numa escola por dois anos. Tudo o
que aprendi na faculdade foi bom, mas nada se compara ao que aprendi na prática
lá na quadra da Escola Municipal José Brunetti Gugelmin. Nada se compara ao
apoio das minhas colegas de trabalho, onde cresci muito profissionalmente
graças aos conselhos de cada uma. Todas me ajudaram de alguma forma, me
ensinaram o que fazer e o que não fazer numa aula. A todas, eu só devo
agradecer, mesmo depois de muito tempo que saí da escola. Minha diretora que
sempre foi direta tanto nas broncas como nos elogios, as várias pedagogas que
passaram pela escola que sempre tinham algo pra reclamar, as minhas lindas
professorinhas que jamais vou esquecer. Além de colegas de profissão, fiz
amigas lá. Pessoas que não tenho tanto contato como gostaria, mas que tenho a
segurança de poder contar sempre que precisar.
O assunto principal não são as pessoas com quem trabalhei, mas sim
para quem eu trabalhei. Trabalhei dois anos para os meus alunos. Não tinha em
mente agradar minhas supervisoras, mas sim aos meus críticos alunos. Cada um
faz parte da minha vida profissional, cada um contribuiu para que eu repensasse
na forma de lecionar. Já faz 3 meses que saí da escola e ainda sinto falta de
entrar na sala e verificar se estavam cumprindo com as regras da gincana do
comportamento da educação física. Sinto tanta falta das filas para a quadra,
dos sermões nas turmas agitadas, dos milhões de abraços diários, das cartas,
das flores. Sinto falta de um todo. Só quem está alí na prática sente o prazer
de ver um aluno dizer que a aula é muito legal, que te adora, que só foi para a
escola poque teria aula com você. Dar aula não é um mar de rosas como parece
aqui no post. Tem mais perrengue do que qualquer outra coisa, mas o que dá
gosto mesmo é ver que seu aluno evolui a cada aula que você dá. Este é o bom de
ser professora. Meus alunos podiam ser umas pestes, uns atentados, mas eram
meus. Todos eram meus. Eu conhecia cada um, cada característica
as dificuldades e facilidades, temperamento, gostos. Ninguém pode criticá-los.
Eu posso porque os conheço. SÓ EU POSSO. Mas enfim. Meus alunos sempre serão um
pedacinho do meu tesouro que sempre ficará guardado a sete chaves e que cada um
tem um espaço nas minhas lembranças.